Inteiramente escrito e composto por Miguel Araújo, aí está, na íntegra, “Cidade”, décimo álbum de originais de António Zambujo, que aborda um dia-a-dia “meio urbano-depressivo”.
Na altura em que foi escrevendo estas canções, Miguel Araújo foi-se apercebendo dum subtexto comum que as atravessava, contribuindo para um todo que, no seu imaginário, se assemelhava a algo como ‘solidão urbana’”. E diz: “Estas são canções de cidade, de solidão partilhada por milhões de vizinhos que se acotovelam e encurralam numa gaiola comum.”
O seu intérprete corrobora a ideia de que foi um bocadinho isso, “a vida numa cidade, um dia-a-dia urbano, meio urbano-depressivo, como quase toda a gente vive. Uma solidão acompanhada”.
Para Miguel Araújo, qualquer música melhora quando é António Zambujo a cantá-la. E estas canções são tanto de um como do outro. “Ficaram para ele, são dele agora, sorte a delas, sorte a minha.”
Ao longo de várias semanas, fomos conhecendo as canções uma a uma, incluindo a única que já não era inédita, “Sagitário”, que havia sido gravada o ano passado por Pedro Flores. O desfile começou com o single “Dancemos Um Slow” e terminou agora com o segundo single, “Leva-me de Mim”. Segundo Zambujo, é uma canção que vai do desespero à superação. Já perto do fim, ditamos nós a lei: hei-de ser, enfim, o que nunca serei”
João Pedro Bandeira