“De Sombra A Sombra”, o álbum, foi lançado no final de Maio e a edição do disco de estreia da jovem Milhanas fez-se acompanhar do single “Eu de Prosa”, um tema escrito durante “uma fase muito escura da vida da artista, de descrença perante a vida”.
Em “Eu de Prosa”, Milhanas fala sobre “o abismo que foi viver entre querer ir e querer ficar.” No fim de tudo, escolheu ficar e sabe-se salva pela arte – daí a referência a Amália Rodrigues como símbolo de salvação, alento e esperança, como a própria explica.
“De Sombra a Sombra”, foi um disco que nasceu em conjunto com Rodrigo Correia, de forma totalmente acústica e que, só mais tarde, levou uma roupagem mais eletrónica com a produção de Agir e Jon.
“Eu de Prosa” socorre-se de uma frase de Miguel Torga, tirada do texto introdutório à edição da sua “Antologia Poética” pela Dom Quixote (em 1994).
Nascida em 2001, filha do músico Vítor Milhanas, que tem acompanhado Fausto Bordalo Dias a partir de finais dos anos 1980, Carolina Milhanas começou a estudar música desde cedo. Estudou violino, depois técnica vocal, história da música, composição e teatro musical, vindo a integrar um combo de jazz e outro de música moderna, participando ainda num coro gospel. Tendo Fausto como “a sua maior influência musical”, foi no fado que encontrou “inspiração para compor”. O ano passado, participou no Festival RTP da Canção interpretando “Corpo de Mulher”, um original de Agir.
João Pedro Bandeira