“A Madrugada Que Eu Esperava”- título retirado de um poema de Sophia De Mello Breyner – é o nome de uma peça musical ainda em cena com canções de Bárbara Tinoco e Carolina Deslandes, elas próprias protagonistas da peça.
Agora, as canções, interpretadas ao vivo com banda, dão origem a um disco onde Jorge Palma, Sérgio Godinho, Paulo de Carvalho, Luísa Sobral, Filipe Melo, Salvador Sobral, Rita Rocha, Tatanka, Tiago Nogueira, Buba Espinho e Diogo Branco unem-se às duas artistas em 17 canções, que, mais do que um disco, é uma ode à liberdade, nestes 50 anos da Revolução dos Cravos.
“A Madrugada Que Eu Esperava”, a faixa-título, é uma das canções que Bárbara Tinoco está “mais orgulhosa de ter escrito na vida”. É ela que conta: “Escrevi-a com o Feodor Bivol. Não é um “single” típico, se calhar nem um “single” é. Nada no nosso musical é “típico”. Esta canção conta a história do dia 25 de Abril de 74. É uma canção de “intervenção” ou seria se tivesse sido lançada na altura. Escrevi esta canção com recurso de muitos, muitos, muitos, muitos ditados populares. Esta canção é uma tentativa de, 50 anos depois, captar este dia, o que as pessoas sentiam, queriam e ansiavam. A alegria e o medo. E celebrá-lo.”
50 anos depois, as palavras de “A Madrugada Que Eu Esperava”, na voz de Bárbara Tinoco, são as mesmas: “Fascismo Nunca Mais!”
João Pedro Bandeira