“Um nó. Eu tenho um nó. Na garganta, no peito, visceral. Cabe o mundo nesse nó, todo de angústia. Rígido e apertado de injustiça, seco, áspero. Pergunto-me se serei só eu?”
Esta é Joana Alegre na primeira pessoa, num texto nas redes sociais e que serve de introdução ao seu novo single. Chama-se “Nó”, surgiu há pouco mais de um ano, na dor e impotência avassaladores a cada vez que a autora liga a televisão para assistir à invasão em direto ou a revolução e repressão sinistra no Irão, alterações climáticas de consequências devastadoras, Portugal em saldos para o estrangeiro, enfim – como ela diz – “um mundo feio, incoerente, em retrocesso, sufocante.”
“Nó” é o primeiro tema de avanço do próximo álbum de título “Luas”, um álbum que se anuncia mais feminino e selvagem, visceral, sem preocupações de encaixe normativo, mas, ao mesmo tempo, a explorar a consolidação de uma sonoridade baroque pop mais electrónica, como Joana Alegre sempre quis fazer. Será um álbum que mostra uma faceta mais noturna, com as letras a navegarem a volatilidade que todos trazemos, simbolizada nas fases da lua. Um álbum para correr com os lobos.
“Nó” conta com a participação da violinista Emiliana Silva e tem produção de Choro, que ajudou a escaqueirar essa janela… Agora, é seguir por aqui.
João Pedro Bandeira