No início do ano, a parceria criativa entre Rogério Charraz e José Fialho Gouveia revelou o projeto Anónimos de Abril, que destaca 15 figuras ligadas ao 25 de Abril: homens e mulheres que foram determinantes para a resistência, mas cujos nomes ficaram apenas nos rodapés da História.
A Rogério Charraz, autor das músicas e José Fialho Gouveia, responsável pelas letras, juntaram-se também as vozes de Joana Alegre e João Afonso.
O espetáculo estreou a 29 de janeiro, inserido nas comemorações dos 100 anos do Teatro Tivoli, e não mais parou, percorrendo outras salas nacionais.
Cada canção dos Anónimos de Abril é dedicada a um destes nomes menos conhecidos que lutaram pela Liberdade.
Em palco, cada canção é apresentada pelo narrador José Fialho Gouveia, com suporte fotográfico projetado no fundo do palco, e alguns elementos cénicos que transportam os espectadores para o período retratado.
De entre os anónimos homenageados, estão, por exemplo, Celeste Caeiro que acabou por ser a responsável pelos cravos de Abril. Ou Branca Carvalho que se transformou em Mariana, lutando na clandestinidade. Ou Francisco Sousa Mendes, neto do cônsul Aristides Sousa Mendes, que seguia na coluna de Salgueiro Maia. Mais exemplos: Luís Alves de Carvalho e Herculana Carvalho que, indo ao Tarrafal visitar o filho, regressaram a Portugal e percorreram o país a entregar fotografias aos familiares dos detidos. Ou a estudante Aurora Rodrigues, detida e torturada em 1973 e Jorge Alves, militar da GNR que ajudou Álvaro Cunhal e outros nove presos políticos a fugirem do Forte de Peniche.
“O Mundo Muda Sempre Quando Os Homens Sonham Com A Liberdade!” é o primeiro tema editado e gravado ao vivo num espetáculo dos Anónimos de Abril.
João Pedro Bandeira