Jorge Fernando festeja amanhã, num concerto especial no teatro Tivoli de Lisboa, os 50 anos do seu primeiro fado: “Boa Noite Solidão”, imortalizado na voz de Fernando Maurício.
Nome sobejamente conhecido e muito importante da música portuguesa, e do fado em particular, Jorge Fernando escreveu os versos para este fado com apenas 16 anos e incluiu-o no seu primeiro disco, “Coisas da Vida”, em 1988.
À época, Fernando Maurício, ainda hoje o “rei” do fado para Jorge Fernando, vivia um desgosto de amor que partilhou com o, na altura, muito jovem autor. Ao chegar à sua casa no Barreiro, no seu pequeno quarto, sentado na cama, em frente ao espelho do guarda-roupa, de uma penada fez os versos para o fado da autoria de António dos Santos e Carlos Maia.
E de boca em boca a solidão cresceu e se tornou viva no canto de Fernando Maurício, mas também de Mariza, de Maria da Fé, e de tantas outras vozes incontornáveis que o tornaram num dos mais importantes fados da história, segundo Rúbens de Carvalho.
Agora, ao celebrar os 50 anos deste icónico “Boa Noite Solidão”, Jorge Fernando regravou-o numa nova versão com a guitarra portuguesa de André Dias, a guitarra elétrica de Kapa de Freitas, o teclado de Ruben Alves e com o próprio Jorge Fernando à viola, com arranjos de Kapa de Freitas.
E, cereja no topo do bolo, com a voz da afilhada Raquel Tavares. Afastada há alguns anos dos palcos e dos estúdios de gravação, mais dedicada à televisão, Raquel Tavares em boa hora regressou recentemente aos palcos em Festivais de Fado em Espanha e neste dueto com o seu padrinho. Já tínhamos saudades suas…
João Pedro Bandeira