Os 25 anos da morte da fadista portuguesa Amália Rodrigues vão ser assinalados em Macau com o espetáculo “Fado Nosso”, da Amalgama, Companhia de Dança, anunciaram hoje os organizadores.
Num comunicado enviado à Lusa, o Instituto Português do Oriente (IPOR) e o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong disseram que o espetáculo terá lugar a 16 de outubro no Teatro D. Pedro V.
De acordo com o comunicado, “Fado Nosso” vai levar ao palco cinco bailarinos acompanhados por dois músicos, “explorando os sentidos do mistério interpretativo associado a este género musical, magistralmente internacionalizado na voz de Amália“.
A companhia de dança Amalgama descreve o espetáculo como o “resgate de um Património, mas não numa memória sobre as cinzas, e sim numa memória renovada de um presente com raízes“, referiu o comunicado.
O IPOR e o consulado português sublinharam que o objetivo é dar ao projeto “uma dimensão de tributo que se cruza com uma dimensão de contemporaneidade“.
A Amalgama foi criada há 19 anos em Lisboa e entre os espetáculos que produz está “Fado Meu — Tributo a Amália, a Voz do Fado“, que foi criado para o Panteão Nacional, para onde foi transladada a fadista em 2001, dois anos após a morte.
O espetáculo conta com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Governo de Macau, e do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, que está sob a tutela do Ministério dos Negócios de Portugal.
Amália Rodrigues, conhecida como a “rainha do fado”, um tipo de música tradicional portuguesa, morreu em 1999 aos 79 anos.
A cantora iniciou a carreira em 1939, no Retiro da Severa, em Lisboa, e ao longo de mais de 50 anos pisou alguns dos principais palcos internacionais como L’Olympia, em Paris, o Lincoln Center, em Nova Iorque, e o Concertgebouw, em Amesterdão.
O espetáculo vai decorrer no primeiro teatro de estilo ocidental na China, que, entre janeiro e fevereiro, recebeu noites de fado com cantores portugueses, num projeto que se pode tornar permanente, disse em dezembro de 2023 a diretora do Instituto Cultural de Macau.
Os fadistas portugueses Bárbara Santos e Tiago Correia foram convidados para atuar no Teatro D. Pedro V todas as sextas, sábados e domingo, durante quatro semanas.
Embora as noites de fado sejam “um projeto a título experimental“, cujo impacto será revisto após ter terminado, Leong Wai Man garantiu que o objetivo é “ter atuações de marca permanentes“.
Leong acrescentou que os espetáculos poderão ser alargados a outros locais e edifícios do centro histórico de Macau, considerado Património Mundial pela Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
“Este é um projeto a que damos grande importância, porque queremos construir Macau como uma base cultural entre a China e os países de língua portuguesa“, disse Leong.
VQ (NL) / SB / Lusa