A empresária Renata Ramalhosa, que trabalha há 10 anos no Brasil, afirma que é preciso olhar para o lado positivo da emigração. “Muitas vezes, os portugueses que estão fora têm um conhecimento muito profundo do mercado, da sua cultura de negócio, das elites que têm uma influência grande nas economias onde se encontram. Portanto podem dar um contributo muito grande, de apoio às empresas portuguesas que querem entrar nesses mercados, mostrando muitas vezes disponibilidade em ajudar, partilhar conhecimento e experiências para que esse softlanding das empresas portuguesas seja mais fácil” afirma à RDP Internacional. A empresária, que atua na área da inovação, afirma que a ajuda pode também funcionar no sentido inverso, sinalizando oportunidades de investimento em Portugal.
Emigrantes são verdadeiros “embaixadores”
Renata Ramalhosa afirma que as delegações da AICEP beneficiariam da rede da diáspora, que poderia complementar o seu trabalho. “Obviamente que existe uma diplomacia que funciona e tem as suas agendas, mas por que não maximizar esta diplomacia económica utilizando estes “embaixadores” que estão no mercado há muito tempo e que têm um conhecimento muito importante daquilo que se passa no dia a dia, detendo informações para quem quer fazer negócios nos países onde se encontram”. A empresária mostra-se disponível para dar esse passo. “Eu própria falo com muitas empresas que vêm para o Brasil. Estou sempre disponível – assim como estão outros conselheiros – mas penso que poderíamos levar isso a outro nível talvez mais organizado. Acho que poderia ser talvez formalizado de uma forma mais sólida”.