Depois da Dinamarca, a Associação de Profissionais Graduados e Investigadores portugueses no norte da Europa está a expandir-se e escolheu Estocolmo como nova paragem. O primeiro encontro na capital sueca realizou-se há um mês. O mapeamento da comunidade científica lusa a trabalhar na Suécia está a ser feito. Catarina Araújo, a coordenadora do projeto, sublinha à RDP Internacional a importância desta rede: “O networking é muito importante de um ponto de vista académico para futuras parcerias, mas também para aqueles que procuram iniciar uma carreira industrial. Cria oportunidades e futuros empregos, e permite um contacto com a nossa comunidade. Acho que isso, para quem está no estrangeiro, é extremamente importante. Falarmos a nossa língua, percebermos os nossos percursos, às vezes é muito importante esse feedback“.
A Spot Nordic atribuiu recentemente uma bolsa a uma estudante do Instituto Superior Técnico para fazer investigação na área da inteligência artificial numa Universidade sueca. Foi também pela via académica que Catarina Araújo foi para Estocolmo há 15 anos. Licenciada em química, fez um pós-doutoramento e seguiu carreira no desenvolvimento de dispositivos médicos. Constituiu família na Suécia e não pensa regressar a Portugal.
Diz que a qualidade de vida compensa a falta de sol e as diferenças culturais. “Eu costumo definir a Suécia como um sítio onde eu me adaptei, mas não me sinto em casa. Há sempre um sentimento que é um país diferente do meu, mas gosto imenso de viver aqui. Há uma qualidade de vida tremenda, oportunidades de trabalho, um respeito mútuo, uma diplomacia que se respira. Mas eu sou muito extrovertida, sou uma pessoa que – como costumo dizer – dou nas vistas. O princípio da cultura sueca é não ocupar espaço, não dar nas vistas. Mas há pessoas que se encaixam aqui de uma forma muito natural. Tem a ver com a sua personalidade“.
Catarina Araújo coordena as atividades da Spot Nordic na Suécia e já foi presidente da Associação Lusitânia que junta os portugueses. “A comunidade portuguesa aqui é bastante unida. Temos casas de fado, teatros, um festival de cinema. Eu diria que um português se quiser pode encontrar uma rede de apoio e networking de uma forma lúdica“.
Catarina Araújo procura agora reunir a comunidade científica portuguesa radicada na Suécia na Spot Nordic, uma associação que nasceu na Dinamarca e aposta na expansão para outros países como a Finlândia e a Noruega.