Miguel Regedor nasceu em Viana do Castelo, estudou informática na Universidade do Minho e criou a sua primeira start-up quando fazia o mestrado. “Sempre gostei de ter os meus projetos“, afirmou à RDP Internacional explicando o seu percurso que começou em empresas alemães e que, de há um ano para cá, está focado na sua nova plataforma “Wellbeing Warrior” que procura aumentar a felicidade no trabalho.
A ideia nasceu do método inovador que encontrou na gestora de recursos humanos contratada pela start-up de treino desportivo para a qual trabalhava. “Uma das coisas que ela fez foi pegar na lista de funcionários e pô-los em grupos de quatro pessoas de diferentes equipas, do marketing à engenharia, pessoas que não se conheciam e que se davam mal às vezes, e mandava mensagens a dizer «vocês os quatro vão almoçar e a empresa paga». E ela fazia isso todos os meses e era preciso não repetir as pessoas. Eu pensei que podia automatizar isto, fazer algo a partir desta «roleta de almoços» E esse foi um dos primeiros scripts e foi evoluindo para coffee-breaks, caixas de sugestões anónimas, sistemas para medir o estado da cultura da empresa, como é que as pessoas se dão com o chefe“.
Cerca de três 3 mil funcionários de 10 empresas alemãs já usam este software. “Não temos clientes pagos em Portugal ainda, mas temos pilotos agora a começar“, acrescentou Miguel Regedor acreditando que, apesar das culturas empresariais distintas dos dois países, a solução possa vingar igualmente no nosso país. “Eu acho que pode funcionar em qualquer lado. As iniciativas podem ser muito diferentes de uma empresa para a outra, somos muito modulares, temos templates que podem ser muito ajustados. Na parte da medição, o que temos aqui são métricas que trabalhamos com psicólogos organizacionais que permitem dar uma visão geral da empresa.”
O regresso a Portugal
Miguel Regedor vive em Colónia mas pensa regressar em breve a Portugal. “Eu sempre gostei da experiência de sair do país. A primeira vez que saí não foi naquela fase em que os jovens todos diziam que eram obrigados a ir para fora. Eu fui porque tinha vontade de explorar outra coisa, queria ver coisas diferentes, a experiência de ser forçado a aprender uma língua nova, tudo isso é para mim motivante. Aliás, depois de ter começado a minha (primeira) empresa, passados dois anos senti vontade de voltar a ir para fora. Agora nesta fase acho que tem sentido ter a base e passar mais tempo aí por causa da família. As crianças é tipo mais outra startup“.