A comunidade portuguesa no Kuwait é pequena mas empenhada na divulgação de Portugal no Kuwait, diz Rui Marques à RDP Internacional. “No ano passado tivemos um concerto de fado inédito e, este ano, decidimos ir um bocadinho mais longe. Tivemos uma exposição fotográfica de trajes tradicionais do Minho e um concerto de braguesa. Tivemos imensa gente no nosso evento, muita gente interessada em Portugal, em conhecer mais sobre a nossa cultura para não dizerem só Cristiano Ronaldo quando falamos no nosso país“.
Gestor de relações internacionais de uma empresa do ramo da transição energética, Rui Marques integra também o Portuguese Business Council, uma câmara de comércio lançada há 4 anos para reforçar as relações empresariais entre os dois países. “Há interesse por parte de várias empresas portuguesas em explorar o Kuwait que é um mercado com muito potencial, onde há capital a mover-se e portanto apetecivel. Por parte do Kuwait também existe. Um dos seus maiores investimentos no estrangeiro é precisamente em Portugal na área da hotelaria. E nós temos várias empresas portuguesas a investir aqui, a exportar muito na área da construção civil, materiais de construção, serviços arquitetura. Obviamente não é algo numa escala muito alargada, comparando com outros países, mas há muito potencial para explorar aqui sem dúvida“.
Natural de Gondomar, Rui Marques vive fora de Portugal há 6 anos, encontrando-se no emirado há ano e meio. Ainda não planeia regressar, mas reconhece que um dia cumprirá esse desejo. “Eu saí incentivado pelas condições que não há em Portugal e que é possível obter no estrangeiro, mas saí também porque queria conhecer o mundo, queria viver em países diferentes, queria essencialmente sair da minha terra e ver como é que era o mundo lá fora, aprender e instruir-me. Sinto que esse objetivo tem sido progressivamente alcançado. Quando eu sentir que o mundo está visto e quando surgirem novo planos de vida, talvez seja a altura de regressar a Portugal.” Enquanto tal não acontece, Rui Marques vai sentindo falta de várias coisas. “Sinto falta do clima ameno porque em Portugal não há temperaturas de 52º como aqui diariamente. Sinto falta da nossa gastronomia – aqui não há bacalhau, as bebidas alcoólicas são proibidas“, acrescenta à RDP Internacional.