Carlos Miranda Henriques é engenheiro de formação e gosta de escrever livros. O autor veio falar com Miguel Peixoto na RDP Internacional sobre a sua obra mais recente “Sons da Guerra Colonial – Retalhos de vida dentro do arame farpado”. O livro que assina tem 10 contos e 10 poemas.
Sinopse: “Quando se iniciaram as primeiras escaramuças violentas no Norte de Angola em 1961, nasceu o calvário da juventude Portuguesa. Esta viu-se confrontada com a obrigatoriedade de um serviço militar alongado no tempo da sua duração. Isto subjugá-la-ia de uma forma contraditória, o terem que fazer e suportar a guerra. Ah como eu gostei de ter vivido em Coimbra. Morar numa República, aquela vida boémia, as Tunas, as serenatas, as praxes, assistir aos jogos da Briosa. E estudar muito também! Depois foi o colapso de 1969! e a revolta que nos levou compulsivamente para dentro dos quartéis, como castigo da nossa insurreição académica. E a mata Africana, o capim, as minas, os fornilhos, o enfrentamento com os guerrilheiros, e o camarada caído inerte, morto ao nosso lado. E a forçada ausência dos nossos lares e famílias. E só nos restou Lutar e Escrever. E estes testemunhos nos alvores da juventude universitária, promessa de um futuro construtor, revelaram a forma como foram cortadas todas as esperanças dessa massa estudantil, que de forma subjacente foi calada e amordaçada. E depois de todo o inferno que lhes impuseram, resta para memória desses idos os relatos que acharam por bem deixar para os vindos.”