Queixas de portugueses no estrangeiro que não conseguiram votar: muitos não receberam boletim de voto postal e ficaram sem alternativa. Ouvimos relatos em França e em Espanha, casos diferentes.
Eleição após eleição, repetem-se queixas de quem não conseguiu votar. João Vitório vive desde 2009 em França. Diz que nunca teve problemas com a votação, até agora. Pela primeira vez, não recebeu o boletim de voto em casa e, ontem, ao tentar votar no consulado de Paris, não conseguiu. Não conseguiu votar no consulado porque não estava inscrito para a votação presencial. Como não recebeu o boletim de voto por correio, João Vitório ficou sem alternativa. Este gestor imobiliário, natural de Cantanhede, já apresentou queixa ao Presidente da República e Comissão Nacional de Eleições.
O mesmo aconteceu em Espanha. João Ribeiro da Silva mudou-se em Março de Varsóvia para Madrid. Tratou
das burocracias mas não foi suficiente. A morada foi atualizada no Cartão de Cidadão, mas não nos cadernos eleitorais.
Na opinião da politóloga Susana Rogeiro Nina, falta investimento político no voto da emigração. Apesar de os portugueses no estrangeiro contribuírem para a economia nacional, falta vontade política para melhorar as condições de voto dos eleitores residentes no estrangeiro, que elegem apenas 4 deputados.
