O bairro português de Montreal no Canadá tem vindo a perder identidade. Há marcas da cultura portuguesa, há cafés e restaurantes que são ponto de encontro, mas cada vez menos. Joaquina Pires chegou há quase 60 anos e escreveu recentemente um livro sobre as marcas portuguesas no bairro.
Afirma que é preciso fazer mais, para que a memória não se perca. A primeira vaga de imigração portuguesa para Montreal data de 1953. Abriram negócios que acabaram por animar o bairro que ficou conhecido como Little Portugal. Hoje em dia mantêm-se o Parque de Portugal, murais dedicados a Amália Rodrigues, à Emigração Portuguesa e ao diplomata Aristides de Sousa Mendes.
Há 14 anos que Carlos Moleirinho está à frente do Café Central onde, afirma, os portugueses continuam em maioria entre os clientes. É um ponto de encontro, diz. É um resistente da cultura portuguesa em Montreal, tal como Maria do Céu Castanheira. A família tem vários restaurantes que apostam acima de tudo no frango
assado. A empresária abriu agora um novo espaço que quer conciliar gastronomia e arte. Por exemplo com uma exposição de pedras da calçada portuguesa ou um painel de azulejos. De resto, o novo café tem um protagonista: o pastel de nata. Maria do Céu reconhece que é uma grande atração.